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FUNDADOR

Jorge Telles de Menezes, fundador de Selene - Culturas de Sintra

Jorge Telles de Menezes nasceu no Porto dia 22 de Agosto de 1951. Poeta, jornalista, tradutor, cultor da palavra recitada e musicada e dramaturgo, viajou fisicamente por diversos países de África à Europa, mas foi em Sintra que nos meados dos anos 80 do século XX se fixou e inspirou, tornando-se numa figura incontornável da cultura sintrense. 

No campo da sua obra literária, destaca-se na autoria dos livros: ”Numa Cidade Estranha” (1983)”, “Selenographia in Cynthia” (2003), “Novelos de Sintra” (2010), “Suma Uma” (2015), “Cintra-Babel” (2016) e Elegias de Cintra (2018), onde as múltiplas referências a Sintra são uma evidência, não só na perspectiva mística, romântica, lunar, mas igualmente na crítica e na visão alternativa, num manifesto de liberdade e de encontro entre cultura e a oportunidade oferecida pela multiplicidade. Participa e escreve também para algumas revistas literárias, nomeadamente a “Revista  Nova Águia”, onde assina sob o pseudónimo George Till.

Na qualidade de jornalista, actividade que exerceu na juventude, foi director do Jornal de Sintra e fundador da Revista Cultural em plataforma digital “Selene”.

Como tradutor, pois o poeta existente em si exigia uma profissão directamente relacionada com a escrita, trabalhou com inúmeros títulos de autores como: Arthur Miller, William Faulkner, Rainer Maria Rilke, Martin Heidegger, Mestre Eckhart, entre outros.

Jorge Telles de Menezes foi um divulgador da poesia recitada em múltiplos espaços em Sintra e nas formas mais díspares, sendo fundador e animador de tertúlias literárias, como os Meninos D’Avó (2004) que se mantem activa e com periocidade regular até aos dias de hoje. Procurando por diversas ocasiões a associação da palavra escrita e dita com a música, recorda-se a sua colaboração em espectáculos experimentais com o Grupo “SinTonicLab” nas suas “Pantónicas”.

Na dramaturgia trabalhou com algumas das companhias de Teatro do Concelho de Sintra, destaca-se a sua parceria mais frequente com o Teatro Tapafuros, com os trabalhos “Selenographia in Cynthia”, “Almoinhas - Sentidos Caminhos”, “Peregrinação”, entre outras colaborações pontuais e de incentivo.

O Poeta deixou um vasto espólio, a sua biblioteca onde constam os livros traduzidos e documentos escritos não editados que deverão ser catalogados e reservados num espaço com exposição aberta a investigadores, leitores e ao público em geral.

Na participação e intervenção cívica, na defesa de direitos e pela conquista da liberdade, regista-se o episódio de que no dia 24 de Abril de 1974 sai de casa de um amigo em Sintra com dois antifascistas e lutadores pela independência de Angola para os fazer chegar em segurança à fronteira com Espanha.

Jorge Telles de Menezes esteve presente em todos os movimentos de vanguarda e de inovação estética na actividade cultural com base em Sintra nas últimas décadas, ainda que por vezes de forma bastante discreta, mas sempre inspirado e inspirador.

Casou em Sintra, no dia 13 de Abril de 2018, com Maria da Conceição Valdez Telles de Menezes.

Jorge Telles de Menezes faleceu no Hospital Pulido Valente em Lisboa, no dia 27 de Agosto de 2018.